Eu tenho um sopro. Uma fadiga tão alta, é (um) meu mal. Se eu não fosse teimoso diria que ele me faz perder as forças.
Meu sopro foi o primeiro ruído que o bebê ouviu quando veio ao mundo. No entanto, suponho, que pensem que o meu sopro é uma doença.
Se eu não fosse teimoso diria que fui apanhado nos portões do peito. Ele bate as asas e faz vibrar através das hastes do auscultador.
Meu sopro foi o primeiro ruído que espalhou, nos campos, os nenúfares. Suponho, no entanto, que pensem ser o meu sopro tal qual doença.
Foi na minha genética familiar. Sem ter meditado sobre isso, como era de se esperar, que notei esse eflúvio sem qualquer manual.
Meu sopro foi o primeiro ruído a despertar a vontade dos ancestrais de regressar. No entanto, suponho, que pensem ser o meu sopro tal qual doença.
Se me leu
Não lhes aconselho. Não lhes aconselho mas se me leu se esconda e se recupere.
Presos à minha maneira. Demoro em matar feito as abelhas. Depois, é melhor se ocupar vivendo, acreditando que só existe mesmo um céu.
Não lhes aconselho. Não lhes aconselho mas se me leu se esconda e se recupere.
Vou fazê-los sentir, obscuramente, a minha mente apertando-te os quadris. Como a uma assombração, que havia algo ali… Que também serão encurralados um outro dia.
***
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Italo Rafael Lima Dourado. De Sobral-CE. Autor de “Úmido ou Episódios Dramáticos de Utilidade”, publicado em 2019; e “Outras Horas Úmidas”, publicado em 2022
Foto: Pixabay
Eu tenho um sopro
Eu tenho um sopro.
Uma fadiga tão alta, é (um) meu mal.
Se eu não fosse teimoso diria
que ele me faz perder as forças.
Meu sopro foi o primeiro ruído que o bebê
ouviu quando veio ao mundo.
No entanto, suponho, que pensem
que o meu sopro é uma doença.
Se eu não fosse teimoso diria
que fui apanhado nos portões do peito.
Ele bate as asas e faz vibrar através
das hastes do auscultador.
Meu sopro foi o primeiro ruído que
espalhou, nos campos, os nenúfares.
Suponho, no entanto, que pensem
ser o meu sopro tal qual doença.
Foi na minha genética familiar.
Sem ter meditado sobre isso,
como era de se esperar, que notei
esse eflúvio sem qualquer manual.
Meu sopro foi o primeiro ruído a despertar
a vontade dos ancestrais de regressar.
No entanto, suponho, que pensem
ser o meu sopro tal qual doença.
Se me leu
Não lhes aconselho.
Não lhes aconselho mas se me leu
se esconda e se recupere.
Presos à minha maneira.
Demoro em matar feito as abelhas.
Depois, é melhor se ocupar vivendo,
acreditando que só existe mesmo um céu.
Não lhes aconselho.
Não lhes aconselho mas se me leu
se esconda e se recupere.
Vou fazê-los sentir, obscuramente,
a minha mente apertando-te os quadris.
Como a uma assombração, que havia algo ali…
Que também serão encurralados um outro dia.
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Italo Rafael Lima Dourado. De Sobral-CE. Autor de “Úmido ou Episódios Dramáticos de Utilidade”, publicado em 2019; e “Outras Horas Úmidas”, publicado em 2022
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