Eu que sempre me entreguei ao sorriso fácil que a noite traz, sou esse caos noturno e conflituoso que a bebida não sacia mais.
Ao vento.
Lamentando aos deuses do amor enquanto me mato aos poucos acendendo mais um cigarro.
Insano.
Se essa fera mulher disposta, cria nas auroras respostas suando e secando confusões.
Poéticas.
Recusando sair de mim essa noite e ser mar calmo, sem querer fazer bons marinheiros porque já foram bons um dia.
Atormentados.
*
Você dizia que eu era louca
Busco em minhas relações um sexo extravagante, uma carícia depois do ato e uma mensagem de bom dia. Mantendo uma linha tênue entre a modernidade das relações líquidas e o amor romântico, propriamente, dito.
Eu não consigo suportar a ideia de que você não se apaixonou por mim porque parecia tão intenso. Por vezes eu me perdia, só de ver a forma como você me tinha.
Eu te observava fumar na minha varanda enquanto falávamos sobre qualquer coisa que eu não lembro, porque me distraía fitando você.
Você dizia que eu era louca você sabia mesmo que eu era, mas quando eu sentava na sua cara e gemia tão alto você sabia que eu não era uma mulher qualquer.
e mesmo sendo louca era do meu gemido que você gostava.
*
Dissimulado
Você tinha olhos dissimulados a libertinagem estampada na cara e era disso que eu precisava.
Você começava devagar adorava beijar, minuciosamente, cada parte do meu corpo
Quando a gente se encontrava eu sempre deixava você se sentir dono de mim
eu gostava de como você me fodia com força
entre línguas e lábios me chamava de sua
Sentia sua boca no meu corpo suas mãos me apertando forte enquanto gozava
Tudo já estava previsto nos seus olhos dissimulados.
***
.
Francielle Dantas é servidora Pública, estudante de Administração e reside na cidade de Maceió/AL. Amante da poesia livre, sensual e cotidiana, traz nos seus versos, em sua maioria autobiográficos, a intensidade de amores mal resolvidos, da casualidade, da liberdade sexual feminina e do desejo. Começou a escrever aos quinze anos de idade sobre questões adolescentes e no alcance de sua maturidade consegue descrever suas sensações de amor e dor inspiradas por Bukowski e Rupi Kaur, presentes em seu E-book criado em 2020 ‘EPÍLOGO, poesias sem final’.
Foto: Barbara Bonanno / Pixabay
Atormentados
Eu que sempre me entreguei
ao sorriso fácil que a noite traz,
sou esse caos noturno e conflituoso
que a bebida não sacia mais.
Ao vento.
Lamentando aos deuses do amor
enquanto me mato aos poucos
acendendo mais um cigarro.
Insano.
Se essa fera mulher disposta,
cria nas auroras respostas
suando e secando confusões.
Poéticas.
Recusando sair de mim essa noite
e ser mar calmo,
sem querer fazer bons marinheiros
porque já foram bons um dia.
Atormentados.
*
Você dizia que eu era louca
Busco em minhas relações
um sexo extravagante,
uma carícia depois do ato
e uma mensagem de bom dia.
Mantendo uma linha tênue
entre a modernidade
das relações líquidas
e
o amor romântico,
propriamente, dito.
Eu não consigo suportar
a ideia de que você
não se apaixonou por mim
porque parecia tão intenso.
Por vezes eu me perdia,
só de ver a forma como
você me tinha.
Eu te observava fumar
na minha varanda
enquanto falávamos
sobre qualquer coisa
que eu não lembro,
porque me distraía
fitando você.
Você dizia que eu era louca
você sabia mesmo que eu era,
mas quando eu sentava na sua cara
e gemia tão alto
você sabia que eu não era
uma mulher qualquer.
e mesmo sendo louca
era do meu gemido
que você gostava.
*
Dissimulado
Você tinha olhos dissimulados
a libertinagem estampada na cara
e era disso que eu precisava.
Você começava devagar
adorava beijar,
minuciosamente,
cada parte do meu corpo
Quando a gente se encontrava
eu sempre deixava
você se sentir dono de mim
eu gostava de como você
me fodia com força
entre línguas e lábios
me chamava de sua
Sentia sua boca no meu corpo
suas mãos me apertando forte
enquanto gozava
Tudo já estava previsto
nos seus olhos dissimulados.
***
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Francielle Dantas é servidora Pública, estudante de Administração e reside na cidade de Maceió/AL. Amante da poesia livre, sensual e cotidiana, traz nos seus versos, em sua maioria autobiográficos, a intensidade de amores mal resolvidos, da casualidade, da liberdade sexual feminina e do desejo. Começou a escrever aos quinze anos de idade sobre questões adolescentes e no alcance de sua maturidade consegue descrever suas sensações de amor e dor inspiradas por Bukowski e Rupi Kaur, presentes em seu E-book criado em 2020 ‘EPÍLOGO, poesias sem final’.
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