A morte apodrece as ruas de flores. No primeiro buraco das coisas esquecidas, Lá onde as memórias mais queridas se apiedam de ti. A morte, a morte, as mortes, São tantas que a se acotovelam no céu e no inferno, E Deus e o diabo já não brigam mais.
*
Se eu não cantar sufoco. Tudo que eu grito e toco, Deve conter.
Escute aí esse querer, No teu peito salta, Se não segurar explode e logo apaga, Pega essa razão e bebe até a alma, Cuido que é de enlouquecer.
*
Poema noturno
Noite escusa, Mãe do escondido, Subverte o dia, Vendo a hora passar a corrido Traz uma luz que seja, para que eu veja Onde anda o esquecido, Porque a lembrança se esconde nas horas de adentro, Quando o silêncio faz barulho na alma dos não dormidos.
Noite alta, Mãe dos entorpecidos, Dá-me algo pra dormir, Que seja uma dose, um comprimido, Que eu quero ir pra quando não pensar era preciso, Sorrindo condizente, Assentindo.
***
.
Andreza Andrade é paulista, escreve desde a infância, faz trilha e acampa. Também é Mestre em Literatura pela UNESP, especialista em tradução. Pedagoga, é também gestora educacional e atualmente cursa Pós-graduação em Educação e Direitos Humanos pela UFABC. Seu primeiro livro de poesias sairá ainda em 2021 pela editora Libertinagem.
Foto: Zeeshaan Shabbir / Pexels
A morte apodrece as ruas de flores.
No primeiro buraco das coisas esquecidas,
Lá onde as memórias mais queridas se apiedam de ti.
A morte, a morte, as mortes,
São tantas que a se acotovelam no céu e no inferno,
E Deus e o diabo já não brigam mais.
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Se eu não cantar sufoco.
Tudo que eu grito e toco,
Deve conter.
Escute aí esse querer,
No teu peito salta,
Se não segurar explode e logo apaga,
Pega essa razão e bebe até a alma,
Cuido que é de enlouquecer.
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Poema noturno
Noite escusa,
Mãe do escondido,
Subverte o dia,
Vendo a hora passar a corrido
Traz uma luz que seja, para que eu veja
Onde anda o esquecido,
Porque a lembrança se esconde nas horas de adentro,
Quando o silêncio faz barulho na alma dos não dormidos.
Noite alta,
Mãe dos entorpecidos,
Dá-me algo pra dormir,
Que seja uma dose, um comprimido,
Que eu quero ir pra quando não pensar era preciso,
Sorrindo condizente,
Assentindo.
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Andreza Andrade é paulista, escreve desde a infância, faz trilha e acampa. Também é Mestre em Literatura pela UNESP, especialista em tradução. Pedagoga, é também gestora educacional e atualmente cursa Pós-graduação em Educação e Direitos Humanos pela UFABC. Seu primeiro livro de poesias sairá ainda em 2021 pela editora Libertinagem.
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