O tempo tem mudado
Estou amanhecendo
Finalmente cheguei
no ponto de partida
Carece que eu aprenda algumas coisas
Tenho sido treinado na paciência,
mas nada é garantido
e sofro por coisas mínimas
Tenho sabido tão pouco sobre coisas que importam
que a minha terapeuta me recomendou
férias da análise
Tenho tido sonhos soníferos
pelas tardes que deixei de escrever
Deixar de pegar nos livros,
por falar nisso,
foi a atitude mais acertada rumo ao conhecimento
Pena que sou fraco confesso
mea culpa
Falo mais que escrevo
Sou uma espécie menor de poeta
que não deixa de beber uma cerveja para ter com os versos.
Infantilóide
A gente aceita o passado infantil
Ele não é tão longe quanto o ano que se passou
Não se lembrar das coisas é dádiva ou pernoite?
Estou solitário há séculos e ninguém
nunca respondeu uma só carta minha
Contraceno com os bárbaros
Escrevo para os Romeus Sofro
De que adianta a cítara? Para sempre criança.
***
.
Pedro Moreira (1995) é poeta. Nasceu em Itaí, São Paulo. Estuda Letras na Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Tem poemas e contos publicados nas revistas Subversa, Ruído Manifesto, Bacanal, Mallarmargens etc. Os poemas aqui apresentados foram escritos durante a quarentena de 2020. Sua coletânea de poemas Malemá, a sair pela Editora Patuá, está no prelo. Foto: Shay Lenis de los Santos Rodríguez.
Imagem de Ag Ku por Pixabay
Espécie de poeta
Infantilóide
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Pedro Moreira (1995) é poeta. Nasceu em Itaí, São Paulo. Estuda Letras na Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Tem poemas e contos publicados nas revistas Subversa, Ruído Manifesto, Bacanal, Mallarmargens etc. Os poemas aqui apresentados foram escritos durante a quarentena de 2020. Sua coletânea de poemas Malemá, a sair pela Editora Patuá, está no prelo. Foto: Shay Lenis de los Santos Rodríguez.
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