Vocês são nada, nadinha Na outra vida, agora, nuvem
Vocês formavam a mais Bela e bostal fila indiana
Agora, ficam suspensos No boitempo, bem feito!
Pouparam e venderam A alma ao Bezerro de Ouro
E, no fim, saíram no lucro: A eternidade bovina
Vocês plantaram vacas e Colheram leite e deleite
Um pedido formal meu: Mandem notícias frescas
Uma curiosidade secreta: Metano cheira a merda?
Uma indiscrição minha: Vão plantar vaquinhas!
*
BATISTAS
Não perdem uma briga e Passam fácil pelo buraco da agulha
Politicar é a especialidade Número um dos Batistas
Conversa pra boi dormir Definitivamente não é com eles
São gente como a gente: Têm medinho do escuro
Os Batistas são solenes e – Muito – desconfiadinhos
Não dão a mínima pro meu Sentimentalismo barato
Previsíveis, nunca vão dizer Por aí: Viva Água Preta!
Os Batistas serão pau pra Toda obra até a 3ª geração
Depois vão virar nostalgia Ou anedota cabisbaixa
***
.
Almir Zarfeg é poeta e jornalista baiano. Preside a Academia Teixeirense de Letras (ATL). Iniciou-se na literatura em 1991 com “Água Preta”. Os dois poemas acima vão estar na 5ª edição do livro, a sair em 2021, nos 30 anos da obra. Ele é autor também de obras em prosa como “A goleada & outras contrapartidas” (JustiFiction! Edition, 2018).
À MEMÓRIA DOS PLANTADORES DE VACA
Vocês foram tudo na vida:
Capim, café e cumpadis
Vocês são nada, nadinha
Na outra vida, agora, nuvem
Vocês formavam a mais
Bela e bostal fila indiana
Agora, ficam suspensos
No boitempo, bem feito!
Pouparam e venderam
A alma ao Bezerro de Ouro
E, no fim, saíram no lucro:
A eternidade bovina
Vocês plantaram vacas e
Colheram leite e deleite
Um pedido formal meu:
Mandem notícias frescas
Uma curiosidade secreta:
Metano cheira a merda?
Uma indiscrição minha:
Vão plantar vaquinhas!
*
BATISTAS
Não perdem uma briga e
Passam fácil pelo buraco da agulha
Politicar é a especialidade
Número um dos Batistas
Conversa pra boi dormir
Definitivamente não é com eles
São gente como a gente:
Têm medinho do escuro
Os Batistas são solenes e –
Muito – desconfiadinhos
Não dão a mínima pro meu
Sentimentalismo barato
Previsíveis, nunca vão dizer
Por aí: Viva Água Preta!
Os Batistas serão pau pra
Toda obra até a 3ª geração
Depois vão virar nostalgia
Ou anedota cabisbaixa
***
.
Almir Zarfeg é poeta e jornalista baiano. Preside a Academia Teixeirense de Letras (ATL). Iniciou-se na literatura em 1991 com “Água Preta”. Os dois poemas acima vão estar na 5ª edição do livro, a sair em 2021, nos 30 anos da obra. Ele é autor também de obras em prosa como “A goleada & outras contrapartidas” (JustiFiction! Edition, 2018).
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